a vida congelada acerta os ponteiros da hora. agora, sem demora, derrete e se mete mundo afora, num ímpeto por ir embora. a mesma vida, escorreita, casta, desce vasta a ladeira, corajosa, se antes morosa, faz-se ligeira, na pressa pelo experimento. vívida, ganhou a vida alento na certeza de não mais congelar, de não mais sentir frio, de ver tudo virar rio, amores mil correndo pro mar.