Há textos que precisam de um complemento, feito fossem escritos em uma língua morta, desconhecida por quase a totalidade das pessoas. Stuff, o primeiro, de tão despretencioso, pareceu mais superficial do que se esperava. Uma explicação é necessária, antes que tudo que ele tinha a oferecer se resuma a uma descrição inútil de uma bolsa feminina, lotada de futilidades e prioridades absurdas.
- Você precisa se permitir, sabe?
- Ou permitir que os outros se permitam.
- É... Ou permitir a permissão aos outros...
- ...
- Mas que mania essa de se agarrar ao mundo e carregá-lo nas costas. Você não tem que se amarrar a tudo que passa a menos de dois metros de distância e nunca mais largar.
- Como um ímã, não é?
- Exato.
- Mas não é isso uma tendência nossa?
- A de ser ímã? Não. Bom, não sei. Veja, são mesmo indispensáveis essas três bolinhas de gude? Nostálgicas, eu sei, mas precisamente por isso! Batom vermelho? Há quanto tempo que não usa? A folha de gengibre... Bem, vá lá, mas todo o resto... A fita dupla-face? Absurdo, tudo absurdo! Entende?
- Penso que sim.
- Está na hora de mostrar a outra face da fita dupla, a outra personalidade. Ter uma personalidade dupla (-face) tem disso.
- Mas é que o outro lado também é adesivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário