quinta-feira, novembro 05, 2009

sobre os imperativos

Quando eu te quiser falar, não me peças o silêncio, não me clames por respeito, não me deites nos ouvidos tua moral. Quando eu te quiser gritar, não me peças paciência, não me lembres da decência, não me feches no meu mal. Quando eu te quiser distante, não demores outro instante, afagando estas mãos que já não te querem perto. Não te finjas de tão certo, de alguém que é só meu, não te pintes de ateu, descrente de minhas ameaças. Honra estas tuas calças, já sei bem que tipo és, não te jogues aos meus pés caso eu esteja noutro mundo. Contigo não haverá assunto e ali não irás entrar, mas quando eu te quiser falar, quando eu te quiser ao lado, nada há que reclamar. Não apontes os pecados ou o que se fez de errado, quando eu te quiser ao lado, quando eu te quiser falar, não te prendas ao passado, agarra-te no que será.