segunda-feira, novembro 23, 2009

ao leo

Leo, ao léu,
olhou pro céu.
Na rua,
encarou a lua nua
e se riu.
Se riu do que viu.

Era a lua um "u".
Cadê o Cruzeiro do Sul?
Será que é pra lá?
Sei lá!
Sou mais a lua, ah...
Mas qual lua cheia!
Leo gosta é dela meia.

O menino enchia o olho de satélite, contemplando o céu. A mãe dizia que era "um aluado! Se pode uma coisa dessas, demorar assim no sereno! Termina doente com essa teimosia de ficar de papo pro ar no meio da rua... Ô, João, manda esse menino entrar!".
Leo, ao léu, nem se importava. Já assim, de pequeno, sabia que a lua minguante era toda matemática. "A tal da para, para, parábola". A lua, imaginava Leo, era uma parábola. "Começa em cima e vai descendo até o... vértice, depois sobe outra vez. O professor disse que a pará... bola era equação de 2º grau". Leo, portanto, não estudaria o assunto agora, de modo que entender a lua em números era coisa para o futuro.
Leo, ao léu como estava, não tinha pressa em saber tanto do mundo. De cara para a lua, lembrava o dizer da avó de que tudo que sobe desce, que as coisas sempre voltam para onde saíram. E não era verdade? Se ele jogava uma bola para cima, ela descia. Uma pedra também. Com a parábola era igual!
Esse Leo, ao léu, de olho para cima e imaginação no infinito, descobrindo segredos que quase nenhum adulto consegue compreender...