- Nesse caso, nós só temos duas opções: ou ela é louca, ou você está mentindo.
- Eu sempre prefiro a segunda opção.
Então li um trecho de Simone de Beauvoir, porque achei adequado e também por sentir que eu precisava dizer-lhe alguma coisa. Era duro ver a realidade diante dos olhos, sempre tão descarada, ao passo que outros insistem em manter a cegueira à plena luz:
"Lembra-se quando fazíamos troça das mulheres que se deixam sacrificar? Continuo a pensar, apesar de tudo, que não sou feita da massa com que se constroem as vítimas."
Foi-lhe um tapa na cara, talvez, pois me olhava pálida. Era preciso chocá-la, porém, eu sabia. Sempre soube tantas coisas e tantas coisas se tornavam descobertas, cálidas novidades, azedas e delicadas, que, faceiras, exibiam-se a quem quisesse admirá-las. Ah, sempre soubemos, eu, você e Simone de Beauvoir que só há dois tipos de mulheres: as enganadas que um dia vêem e as enganadas que cegas querem permanecer.
Eu nunca cansei de dizer coisas que, aos olhos de alguns, pareciam loucura. Antes incrédula, mas nunca iludida. ;) A cegueira cai bem aos que não dão valor aos olhos.
ResponderExcluirTexto lindo! =) Pois é, nós mulheres... quem entende esse mundo que acontece nas nossas mentes?! ¬¬
ResponderExcluirSaiba que não se trata de uma tola disputa ou algo do tipo... caso queira falar comigo fique á vontade... não trago pedras na mão e nem palavras torpes.
ResponderExcluirPassado tanto tempo lembrei desse texto.Entrei para ler novamente. Muito tempo se passou desde que ele foi escrito...a vida fluiu como um rio ora violentamente ora em calmaria. Lamento as besteiras ditas. Nada como o tempo...
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