quarta-feira, setembro 15, 2010

logro

Perdoa a falta de juízo
e o meu jeito indeciso
de quem quer se desvencilhar,
mas logo vai se emaranhar
nesses teus olhos complacentes
qual me dissessem: "Mente, mente
que é tao bom estar assim,
amo saber que é para mim
que o que falseias se destina."

Então te conto outra história,
pinto castelos na memória,
torno ruínas casos reais,
fantasio coisas tais
que até me ponho a acreditar.
Este ofício de encenar,
de ilustrar como te agrada
sem remédio, sempre fada,
causa uma crença que te anima.

Por ver-te alegre é que hesito
quando te minto ou te omito.
E se outra vez floreio
te convido a um passeio
no qual te falo que a verdade
não é feita de alardes
mas do que te feliz
e te juro, eternamente, ser atriz.



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